Anorexia: As mulheres e a magreza

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             “A beleza é magra” atestam os Tempos Atuais criando um ideal de beleza baseado num padrão único (e absoluto) em que a maioria das pessoas não se encaixa (e não alcançará).

E, desse modo, ao impor a magreza como pré-requisito para o que é Belo, a (nossa) sociedade atinge em cheio as meninas e adolescentes fazendo com que persigam um difícil ideal criando distorções, sentimento de exclusão, preconceitos e baixa autoestima associada a muito sofrimento.

E, no caso das jovens que desenvolveram a Anorexia, constata-se que o efeito do padrão foi devastador: a dificuldade em alimentar-se reforçada pela busca da magreza inatingível traz graves consequências para o organismo podendo, inclusive, conduzir à morte.

As meninas e as adolescentes internalizam o valor beleza-magra e não o questionam ou confrontam. E, ao acompanhar o atendimento psicológico de diversas jovens com anorexia, ouvi a seguinte frase: “eu prefiro morrer do que ser gorda”. E não se tratava de força de expressão ou metáfora, a afirmação das pacientes apresentava a firmeza-convicta de quem jamais aceitaria algo menos do que a magreza (muito magra).

A questão é complexa porque se considerarmos o processo de construção de identidade, a função do feminino está relacionada com a beleza e a função do masculino com a força. O que significa que as mulheres consideram a beleza para serem quem são: mulheres.

E se a sociedade lhes impõe um ideal inatingível, a questão “ser ou não bela” se transformará num conflito permanente e insolúvel. O que implica em sofrimento permanente para atingir o ideal ou mantê-lo. O que condiciona todas as mulheres a uma espécie de insatisfação permanente com o próprio corpo, ou seja, com quem são: mulheres.

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