Bipolaridade

TRANSTORNO BIPOLAR
(compilação e organização prof. Fernando Luiz Cipriano)

O transtorno bipolar é um distúrbio mental grave no qual a pessoa apresenta períodos de alternância de humor, que duram dias, meses ou anos, desde a depressão, em que há profunda tristeza, a mania, em que há extrema euforia ou a hipomania, que é uma versão mais suave da mania.
De forma didática, o transtorno recebe esse nome porque é marcado pela alternância entre duas fases opostas de estados de humor: a depressão e a mania/euforia. Embora esta seja a descrição da forma clássica da doença, na prática, o que se observa é que os indivíduos com transtorno bipolar passam a maior parte do tempo da doença vivendo em depressão e que a ocorrência de mania (euforia) ocorre apenas em uma parcela pequena de pacientes e, na maioria deles, os episódios de elevação do humor e da energia são leves e podem passar despercebidos.

ALTERNÂNCIA DE HUMOR

Humor alternado
Mascaras de humor alternado

O episódio depressivo no transtorno bipolar é igual ao episódio depressivo no indivíduo com transtorno depressivo maior (doença que o indivíduo só experimenta períodos de depressão, sem fases de mania ao longo da vida), nele, o indivíduo começa a apresentar um período de humor deprimido (tristeza, culpa, inutilidade, pessimismo, desesperança, desvalia e pensamentos negativos que podem inclusive ser de morte e suicídio) associado a vários sintomas físicos como redução da energia, fadiga e indisposição além de uma redução da capacidade de sentir prazer por atividades antes prazerosas.
Ocorre uma redução do apetite (embora em alguns casos observa-se aumento do apetite), insônia (em alguns casos aumento de sono), redução do desejo sexual, lentificação do pensamento e dificuldade de se concentrar em atividades que envolvem o raciocínio. Logo, ao contrário da emoção dita “normal”, as alterações de humor, além de serem mais intensas e persistentes, via de regra, vêm acompanhadas de manifestações físicas intensas e de um prejuízo marcante nas atividades de vida do indivíduo.
Já o episódio de mania (euforia) é o oposto da depressão e verifica-se uma aceleração de todos os processos psíquicos e comportamentais do indivíduo. Verifica-se um período de pelo menos uma semana de aumento da energia no qual o humor é considerado expansivo, isto é, a pessoa se torna mais desinibida, mais confiante em si, com aumento dos planos e da autoestima. Pensa de maneira mais rápida, inclusive sentindo que os outros estão mais lentos que ela e, às vezes, fala muito e o tempo todo, interrompe as pessoas nas conversações e se torna muitas vezes arrogante e prepotente.
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É comum a redução da necessidade de dormir, passa horas na madrugada desenvolvendo atividades profissionais ou de lazer, trocam o dia pela noite em baladas o que os torna mais vulneráveis ao uso de drogas como álcool, cigarro e cocaína. Observa-se um evidente aumento da impulsividade, isto é, fala coisas sem pensar, compra coisas desnecessárias e de forma descontrolada, fica mais desinibido sexualmente, se considerando sedutor e erotizado, fala mais sobre sexo e, em alguns casos, busca mais pornografia e masturbação ou mesmo atividade sexual.
Apesar de parecer um estado agradável e de muita energia que pode ser canalizada para atividades produtivas como trabalho e artes, um episódio maníaco é claramente um período anormal na vida do indivíduo em que os companheiros e familiares percebem que a pessoa está diferente do seu estado normal, com potencial para se colocar em situações de risco (gastos financeiros, perda de emprego, adultério e comportamento inadequado) e que, além disso, ocorrem inúmeras alterações bioquímicas em nível cerebral que se caracterizam por um intenso processo inflamatório que pode deteriorar o funcionamento do cérebro a depender da intensidade dos sintomas e da recorrência desses episódios.
O transtorno bipolar acomete de maneira igual tanto homens como mulheres. É uma doença do jovem, com pico de início dos 15 aos 25 anos. Os estudos mostram que a prevalência ao longo da vida de depressão unipolar é da ordem de 17%, isto significa que 17% dos indivíduos vão experimentar pelo menos um episódio depressivo ao longo da vida. Já a prevalência de todas as formas clínicas que compõem o espectro bipolar chega a 10%. Evidências genéticas mostram que se um parente de primeiro grau apresenta algum tipo de transtorno bipolar, a chance do indivíduo possuir a patologia pode chegar a 80%.
O transtorno bipolar não é uma doença psicológica, mas sim uma doença médica de base cerebral, cujos mecanismos ainda não estão totalmente esclarecidos. Fatores psicológicos ambientais como eventos traumáticos, perda de emprego, divórcio, violência sexual ou assédio moral têm um importante impacto como gatilho para o início dos sintomas e da doença. Fatores como a privação do sono e a quebra do ritmo de vida diário (hora de deitar-se, horário das refeições, rotina de trabalho) e a ausência de suporte das relações interpessoais podem também influenciar no curso.
O principal método de tratamento para a manutenção de um quadro saudável e evitar recaídas são medicamentos chamados estabilizadores de humor. Os cuidados psicológicos têm papel secundário e devem incluir a família. O tratamento adequado reduz a incapacitação e a mortalidade dos pacientes, que é alta. Muitos tentam, inclusive, o suicídio. Em alguns casos também são necessários antidepressivos e antipsicóticos.
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